domingo, 20 de setembro de 2020

SILVIA FILGUEIRA DE SÁ LEITÃO

 


SILVIA FILGUEIRA DE SÁ LEITÃO, PATRONA DA CADEIRA Nº 07, DA ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS, QUE ETEM COMO ACADÊMICO FERNANDO ANTONIO DE SÁ LEITÃO

 

 

 

Filha de Luís Correia de Sá Leitão e Maria Carolina Filgueira Caldas, Sílvia Filgueira de Sá Leitão nasceu em 17 de outubro de 1910, na Rua Frei Miguelinho, nº 137, em Assú-RN. Cidade situada às margens do Vale do Açu e distante 210 km de Natal, capital do estado.

 

Os pais de Sílvia Filgueira de Sá Leitão provinham de famílias tradicionais, pertencentes ao grupo social que exercia cargos de poder e liderava movimentos culturais e intelectuais em Assú. No seio familiar, os pais zelavam pela formação dela e das demais filhas: Dulce, Corina, Carmen, Letícia, Maria Helena e Consuelo. Educadas sob os auspícios dos princípios cristãos, do trato social e das prendas domésticas, elas 5 eram orientadas pelo pai para não namorar e para se manterem, de preferência, solteiras. Luís Correia de Sá Leitão, mesmo mantendo o olhar vigilante, não conseguiu conter Carmen, Dulce, Maria Helena e Consuelo, que fugiram de casa, e se casaram contra a vontade do pai. Corina, Letícia e Sílvia permaneceram solteiras. (MORAIS, 2008).

 

Sílvia Filgueira de Sá Leitão estudou no Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, tendo acesso ao curso primário, isto é, as escolas infantil, elementar e complementar. Na década de 1920, poucas cidades do estado ofereciam o ensino primário completo, ministrado em seis anos, incluindo o curso complementar, a etapa mais avançada da instrução primária.

FONTE – ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS

SÍLVIA FILGUEIRA DE SÁ LEITÃO

 


 


A assuense Sílvia Filgueira de Sá Leitão é filha de Luís Correia de Sá Leitão e Maria Carolina Soares Filgueira Caldas. Nasceu em 17 de outubro de 1910, na Rua Frei Miguelinho, nº 137, sendo a quarta filha dentre 11 irmãos. Seus genitores, provenientes de famílias tradicionais, pertenciam ao grupo social que, juntamente a outras famílias, liderava movimentos culturais e intelectuais na velha Assú do início do século 20 – a Atenas Norte-rio-grandense.

 

No seio familiar, os pais zelavam pela sua formação e das demais filhas (Dulce, Corina, Carmen, Letícia, Maria Helena e Consuelo), educadas sob os auspícios dos princípios católicos, do trato social, das prendas domésticas e estímulo às artes.

 

Não se uniu em matrimônio. Entretanto, as funções do lar e de educadora, assim como as responsabilidades pela formação de outros sujeitos, não deixaram de ser desempenhadas, à medida que se tornou professora primária, educando meninos, meninas, moças e rapazes, e assumindo os cuidados com a sobrinha Maria da Anunciação, órfã materna aos dois anos.

 

Silvia, ou Silvinha como era conhecida por muitos, estudou no Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, em Assú, tendo acesso ao curso primário completo, isto é, às Escolas Infantil, Elementar e Complementar. Considerada aluna aplicada, se destacava pelas notas alcançadas que lhe rendiam elogios públicos. No jornal A Cidade (1925, p.6), a publicação dos resultados dos exames dos alunos do Grupo Escolar apresentava Silvia como a aluna do primeiro ano do Curso Complementar Misto que obteve os melhores resultados de aprendizagem, aprovada com distinção e média 9,66.

 

Na condição de aluna do Curso Complementar Primário, em 1925 e 1926 Silvia participou do Grêmio Complementarista do Grupo Escolar, fundado pelo professor Alfredo Simonetti. Em 23 de fevereiro de 1939, um mês após a morte do professor, Silvia, três de suas irmãs e outras colegas organizaram a Polianteia, um impresso em homenagem à memória de Alfredo Simonetti. O significado das ações empreendidas por este mestre é destaque no artigo por elas escrito “Descansa em paz”. Neste período contribuiu com outros escritos para o Grêmio Complementarista. Leitora contumaz, dentre seus autores diletos, estão os poetas Olavo Bilac, Manuel Bandeira, Gonçalves Dias, Cassimiro de Abreu e Cecília Meireles. Era amante da Lapinha – encenação natalina trazida para Assú pelo seu avô Joaquim de Sá Leitão em 1898, defendendo o cordão encarnado.

 

O envolvimento de Silvia com as letras avança no tempo e na qualidade, ganhando notoriedade, especialmente através de seus famosos cadernos manuscritos, aos quais, Maria Carolina Wanderley Caldas – Sinhazinha Wanderley, muito apreciava.

 

Os cadernos manuscritos foram cuidadosamente produzidos entre 1941 e 1979 e se constituem coletâneas de contos, modinhas, canções populares, hinos religiosos, poemas e planejamentos escolares e de cursos de formação, que inspirou o ensino de outras professoras. A caligrafia cuidadosamente caprichada denota o esmero, o amor e a entrega pelo ofício da escrita. Parte desses textos foi utilizada em práticas educativas como professora, inicialmente no Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, onde lecionou entre os anos de 1947 e 1960, e em seguida na Escola Estadual Juscelino kubitschek – ambas em Assú – até  20 de outubro de 1981, quando se aposentou, aos 71 anos.

 

Os textos selecionados por Silvia em seus escritos evidenciam maneiras de como viveu e pensou o mundo, foi educada e educou seus alunos e filhos do coração que a vida lhe deu, com vistas à formação de cidadãos de bem. Destacam-se os valores republicanos e conjunto de atitudes identificadas pela escritora Júlia Almeida (1930) como trabalho, inteligência, caráter, moralidade, magnanimidade de coração e crença na pátria e em Deus. Seus planos de aula constituem valioso registro histórico dos objetivos educativos da época, acrescido da perspectiva da escola não somente como uma extensão do lar, mas inspirada no ambiente familiar, a fim de oferecer uma atmosfera de segurança e afeto, condição propícia para uma boa aprendizagem.

 

Certa feita, a amiga Sinhazinha Wanderley presenteou-a com um poema intitulado Sílvia de Sá Leitão: 

 

É de boa estatura, a tez morena,

Tem dulçor, seu olhar,

O sorriso é suave, qual se fosse,

Um lírio a desabrochar

 

De rara inteligência, é esforçada,

Com zelo, com magia...

Tem cadernos de ponto e tem ainda,

De canto e poesia.

 

Tem uma paciência inesgotável,

Na arte de ensinar,

Vai à aula depois dos seus deveres,

No recinto do lar!

 

É muito preparada lá no Grupo,

Quinau, ninguém lhe passe!

Foi por merecimento nomeada,

Adjunta de classe.

 

Depois este lugar foi suprimido,

Pelo Departamento,

Mas ela, não ficou jamais avulsa

Nem mesmo um só momento

 

É pronta, a concorrer com seu auxílio

A quem a procurar

Ela vai com denodo e com carinho,

As turmas ensinar...

 

Eu dou-lhe o meu aplauso, o meu abraço,

De todo coração

Saudando a professora competente,

Sílvia de Sá Leitão.

 

Após galgar 72 degraus da vida, boa parte deles dedicados à educação, faleceu em 5 de setembro de 1982 e seu corpo sepultado no Cemitério São João Batista, em sua amada Assú.

 

A professora Sílvia Filgueira de Sá Leitão foi uma mulher notável, e através de suas práticas educativas, sinalizou condições vividas e partilhadas na formação social assuense. Evidenciou ideários educativos da sua época com vistas ao futuro, na construção de uma sociedade melhor.

 

Os seus “cadernos manuscritos” são cartas de amor às futuras gerações, eternizando versos, modinhas, contos... escritos com as tintas da generosidade e do afeto que desafiam a efemeridade do papel amarelado pelo tempo.

 

Nesta noite especial, onde minha felicidade só tem sentido por ser partilhada com familiares e amigos, ela não é minha, é de todos nós, é da cultura. Salve, Assú!

 

Muito obrigado.

FONTE – BLOG ASSU NA PONTA DA LINGUÁ, DE IVAN PINHEIRO BEZERRA

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